Mariana Da Silva Nascimento Goes
A necessidade de um debate neste âmbito é demonstrada nos dias atuais, uma vez que a diferença salarial de gênero em nossa sociedade ainda vem sendo debatida em pleno século XXI.
Um recente levantamento, intitulado 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios, feito pelo Governo Federal com base em informações de quase 50 mil estabelecimentos comerciais, mostrou que as mulheres brasileiras recebem 19,4% a menos que os homens (Ministério do Trabalho e do Emprego – MTE, 2024).
Em cargos como o de gerência, a diferença de remuneração chega a 25,2%. O estudo também avaliou dados que indicam se a empresa tem políticas de incentivo à contratação, permanência e ascensão profissional das mulheres. O relatório aponta que apenas 32,6% das empresas têm políticas de incentivo à contratação de mulheres.
A disparidade salarial em relação ao gênero é um espelho histórico, em que mulheres não tinham oportunidade no ambiente de trabalho, em que o “seu lugar” era o lar. Em um breve contexto histórico, somente na revolução industrial, as mulheres conseguiram espaços para trabalhar nas fábricas, obtendo um salário mínimo em relação ao homem.
Ao longo dos séculos a sociedade vem impondo às mulheres os papeis de mãe, esposa, responsável pelo lar. A desigualdade salarial é um problema social que persiste como um desafio, apesar de que nos últimos anos, esse problema social, cultural, histórico e econômico vem recebendo a atenção merecida. Além disso, no ponto de vista social, a igualdade salarial é importante para promover a justiça e inclusão. Diante desse contexto, a importância de uma igualdade salarial entre os gêneros, demonstrado a partir de pesquisas e leis que contribuem para a quebra do paradigma ainda existente atualmente.
É um tópico relevante a ser considerado por organizações empresariais pois perante ao um gráfico rico de informações, empresas podem analisar em seu quadro de funcionários e como essa desigualdade pode acarretar na dificuldade de sentimento de pertencimento, atrapalhando o desenvolvimento e crescimento, para termos uma empresa com um bom desempenho organizacional e redução de pedidos de demissão, é relevante ter uma igualdade de gênero.
Além disso, podemos discorrer acerca de selos que qualificam empresas como “boas” para se trabalharem e para uma empresa receber este título é essencial que tenha vários requisitos onde demonstram que naquele estabelecimento há uma cultura organizacional e muitas outras qualidades.
Mas um tópico importante para obter o certificado, utilizando de exemplo o GPTW, é necessário ter igualdade entre seus funcionários, sendo que para ter a chance que sua empresa ganhe o selo é necessário responder itens avaliados como “As pessoas aqui são pagas adequadamente pelo serviço que fazem”, sendo assim, é indispensável a igualdade entre gêneros.
Portanto, além de ser um tópico cultural, pontuando uma reparação histórica, podemos trazer esses dados para implementarmos um diferencial no mercado, trazendo uma cultura forte e uma empresa com potencial de crescimento e também fortalecendo uma igualdade entre os gêneros.
REFERÊNCIAS
BRASÍLIA. Ministério das Mulheres. Ministério do Trabalho e Emprego e das Mulheres. *Mulheres recebem 19,4% a menos que os homens, aponta 1º Relatório de Transparência Salarial*. 2024. Disponível em: <https://www.gov.br/mulheres/pt-br/central-de-conteudos/noticias/2024/marco/mulheres-recebem-19-4-a-menos-que-os-homens-aponta-1o-relatorio-de-transparencia-salarial>. Acesso em: 29 jul. 20
CALLEFI, J. S.; TEIXEIRA, P. M. R.; SANTOS, F. C. A. RELAÇÕES ENTRE MOTIVAÇÃO, SATISFAÇÃO NO TRABALHO E AS DIMENSÕES COMPETITIVAS DA ESTRATÉGIA DE RECURSOS HUMANOS NO GREAT PLACE TO WORK. Revista Administração em Diálogo – RAD, [S. l.], v. 23, n. 1, p. 106–121, 2021. DOI: 10.23925/2178-0080.2021v23i1.48650. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/rad/article/view/48650. Acesso em: 29 jul. 2024.